E ENTÃO DEUS CRIOU OS CÉUS E A TERRA.
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CAPITULO 1
No começo Deus criou os céus,( Genesis 1-1) e a terra.
A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava
coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se
movia por cima da água.(Genesis
1-2) É sabido pela ciência hoje que o universo continua em expansão à
estonteantes velocidades (
nova medida para a constante de
Hubble é 74,3 mais ou menos 2,1 quilômetros por segundo por megaparsec (1
megaparsec equivale a 3,26 milhões de anos-luz). Antes, o valor era de 72
quilômetros por segundo por megaparsec.) Se no principio era o caos e da Palavra se iniciou o processo de
criação, Deus disse haja Luz( Genesis 1:3) e uma provável explosão liberou
energia que até os dias atuais vai criando, vai expandindo, gerando Luz no
caos, criando planetas e sóis. E a luz começou a
existir.(Genesis 1:3)
E Deus viu que a Luz era boa e a separou da escuridão.(Genesis 1:4) E a Luz, Deus
chamou dia, e a Escuridão Deus chamou noite, e a noite passou e veio a manhã,
este foi o primeiro dia.(Genesis 1:5)
3 No princípio, no primeiro dia, no domingo
santo, o primogênito de todos os dias, Deus criou o céu e a terra, a água, o ar
e a Luz, isto é, os Anjos e os Arcanjos, os Tronos, os Príncipes, as Dominações
e as Potestades, os Querubins e Serafins, as ordenações e coortes dos Espíritos,
e além disso, as trevas, a luz, a noite, o dia, os ventos e as tempestades.
Tudo isso foi criado no primeiro dia.
4 Naquele domingo,
pairou sobre as águas o Espírito Santo, uma das Pessoas da Unidade Trina. E em
virtude do seu flutuar sobre a superfície da água, esta foi abençoada, de modo
a tornar-se geradora. Toda a natureza da água ficou cálida e fervente, e assim
foi composto o fermento da Criação.
5 Assim como uma ave transmite o calor às suas
crias estendendo sobre elas as suas asas protetoras, de sorte que o calor que
elas emanam sobre os ovos possa formar os filhotes assim também, pela força do
Espírito Santo, o fermento da Criação foi unido à água, no momento em que Ele,
o Parácleto, pairou sobre ela. (Livro
Caverna dos Tesouros 1:3-5 )
EPÍGRAFO
DE GÊNESIS.
A
HISTÓRIA DO UNIVERSO
LIVRO DE
MELQUISEDEQUE.
Capitulo I
Antes
que existisse uma estrela a brilhar, antes que houvesse anjos a cantar, já
havia um céu, o lar do Eterno, o único YHWH (YAOHUH). Perfeito em sabedoria,
amor e glória, viveu o Eterno uma eternidade, antes de concretizar o Seu lindo
sonho, na criação do Universo. Os incontáveis seres que compõem a criação
foram, todos, idealizados com muito carinho. Desde o íntimo átomo às gigantescas
galáxias, tudo mereceu Sua suprema atenção. Amante da música, YHWH (YAOHUH)
idealizou o Universo como uma grande orquestra que, sob Sua regência, deveria
vibrar acordes harmoniosos de justiça e paz { Levando em
consideração a época em que foi escrito esses manuscritos é impressionante
sabermos que o universo produz um som como uma verdadeira orquestra.[ Neste
endereço poderá ouvir os sons do universo captado pela N.A.S.A (https://www.youtube.com/watch?v=aJVAE_0RDsI) Neste outro ouviremos o som do cometa pouco antes do
pouso da sonda sobre o cometa.(https://www.youtube.com/watch?v=TOihMf92VaI).]} . Para cada criatura Ele compôs uma canção de amor. O Eterno
estava muito feliz, pois os Seus sonhos estavam para se realizar. Movendo-Se
com majestade, iniciou Sua obra de criação. Suas mãos moldaram primeiramente um
mundo de luz, e sobre ele uma montanha fulgurante sobre a qual estaria para
sempre firmado o trono do Universo. Ao monte sagrado YHWH (YAOHUH) denominou:
Sião. Da base do trono, o Eterno fez jorrar um rio cristalino, para representar
a vida que d'Ele fluiria para todas as criaturas. Como sala do trono, criou um
lindo paraíso que se estendia por centenas de quilômetros ao redor do monte
Sião. Ao paraíso denominou: Éden. Ao sul do paraíso, em ambas as margens do rio
da vida, foram edificadas numerosas mansões adornadas de pedras preciosas, que
se destinavam aos anjos, os ministros do reino da luz. Circundando o Éden e as
mansões angelicais, construiu YHWH (YAOHUH) uma muralha de jaspe luzente, ao
longo da qual podiam ser vistos grandes portais de pérolas. Com alegria, o
Eterno contemplou a Capital sonhada. A cidade em seu esplendor era como uma
noiva adornada, pronta para receber seu esposo. Carinhosamente, o grande
Arquiteto a denominou: Jerusalém, a Cidade da Paz. YHWH (YAOHUH) estava para
trazer à existência a primeira criatura racional. Seria um anjo glorioso, de
todos o mais honrado. Adornado pelo brilho das pedras preciosas, esse anjo
viveria sobre o monte Sião, como representante do Rei dos reis diante do
Universo. Com muito amor, o Criador passou a modelar o primogênito dos anjos.
Toda sabedoria aplicou ao formá-lo, fazendo-o perfeito. Com ternura
concedeu-lhe a vida; o formoso anjo, como que despertando de um profundo sono,
abriu os olhos e contemplou a face de seu Autor. Com alegria, o Eterno
mostrou-lhe as belezas do paraíso, falando-lhe de Seus planos, que começavam a
se concretizar. Ao ser conduzido ao lugar de sua morada, junto ao trono, o
príncipe dos anjos ficou agradecido e, com voz melodiosa, entoou seu primeiro
cântico de louvor. Das alturas de Sião, descortinava-se, aos olhos do formoso
anjo, Jerusalém em sua vastidão e esplendor. O rio da vida, ao deslizar sereno
em meio à Cidade, assemelhava-se a uma larga avenida, espelhando as belezas do
jardim do Éden e das mansões angelicais. Envolvendo o primogênito dos anjos com
Seu manto de luz, o Eterno passou a falar-lhe dos princípios que haveriam de
reger o reino universal. Leis físicas e morais deveriam ser respeitadas em toda
a extensão do governo divino. As leis morais resumiam-se em dois princípios
básicos: amar a YHWH (YAOHUH) sobre todas as coisas e ao próximo corno a Si
mesmo. Cada criatura racional deveria ser um canal por meio do qual o Eterno
pudesse jorrar aos outros vida e luz. Dessa forma, o Universo cresceria em
harmonia, felicidade e paz. No reino de YHWH (YAOHUH), as leis não seriam
impostas com tirania; Os súditos seriam livres. A obediência deveria surgir
espontânea, num gesto de reconhecimento e gratidão. Nesse reino de liberdade, a
desobediência também seria possível. O resultado de tal comportamento seria o
esvaziamento das forcas vitais. Depois de revelar ao formoso anjo as leis de
Seu governo, o Eterno confiou-lhe uma missão de grande responsabilidade: seria
o protetor daquelas leis, devendo honrá-las e revelá-las ao Universo prestes a
ser criado. Com o coração transbordante de amor a YHWH (YAOHUH) e aos
semelhantes, caber-lhe-ia ser um modelo de perfeição: seria Lúcifer, o portador
da luz. O príncipe dos anjos; agradecido por tudo, prostrou-se ante o amoroso
Rei, prometendo-Lhe eterna fidelidade. O Eterno continuou Sua obra de criação,
trazendo à existência inumeráveis hostes de anjos, os ministros do reino da
luz. A Cidade Santa ficou povoada por essas criaturas radiantes que, felizes e
gratas, uniam as vozes em belíssimos cânticos de louvor ao Criador. YHWH
(YAOHUH) traria agora à existência o Universo que, repleto de vida, giraria em
torno de Seu trono firmado em Sião. Acompanhado por Seus ministros, partiu para
a grandiosa realização. Depois de contemplar o vazio imenso, o Eterno ergueu as
poderosas mãos, ordenando a materialização das multiformes maravilhas que
haveriam de compor o Cosmo. Sua ordem, qual trovão, ecoou por todas as partes,
fazendo surgir, como que por encanto, galáxias sem conta, repletas de mundos e
sóis - paraísos de vida e alegria -, tudo girando harmoniosamente em torno do
monte Sião. Ao presenciarem tão grande feito do supremo Rei, as hostes
angelicais prostraram-se, fazendo ecoar pelo espaço iluminado um cântico de
triunfo, em saudação à vida. Todo o Universo uniu-se nesse cântico de gratidão,
em promessa de eterna fidelidade ao Criador. Guiados pelo Eterno, os anjos
passaram a conhecer as riquezas do Universo. Nessa excursão sideral, ficaram
admirados ante a vastidão do reino da luz. Por todas as partes encontravam
mundos habitados por criaturas felizes que os recebiam em festa. Os anjos
saudavam-nos com cânticos que falavam das boas novas daquele reino de paz. Tão
preciosa como a vida, a liberdade de escolha, através da qual as criaturas
poderiam demonstrar seu amor ao Criador, exigia um teste de fidelidade. Com o
propósito de revelá-lo, o Eterno conduziu as hostes por entre o espaço
iluminado, até se aproximarem de um abismo de trevas que contrastava com o
imenso brilho das galáxias. Ao longe, esse abismo revelara-se insignificante
aos olhos dos anjos, como um pontinho sem luz; mas à medida de sua aproximação,
mostrou-se em sua enormidade. O Criador, que a cada passo revelava aos anjos os
mistérios de Seu reino, ficou ali silencioso, como que guardando para Si um
segredo. As trevas daquele abismo consistiam no teste da fidelidade.
Voltando-Se para as hostes, o Eterno solenemente afirmou: -"Todos os
tesouros da luz estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os segredos
ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a luz
estareis ligados à Fonte da Vida". Com estas palavras, fez YHWH (YAOHUH)
separação entre a luz e as trevas, o bem e o mal. O Universo era livre para
escolher seu destino.
CAPITULO 2
Então o universo está
se criando, à partir da sua primeira explosão de criação, Deus cria a matéria,
todos os elementos químicos, as leis da física, matemática, são concebidos
neste primeiro momento. Os seres celestiais, já é uma realidade em Seu plano de
criação, já não há mais caos. Por ser atemporal, Deus e os seres celestiais, este
primeiro dia dentro da eternidade, para nossa mortalidade é como uma eternidade,
e como visto antes, antes da criação o Eterno já havia vivido uma eternidade,
logo consideremos ao menos um néon como base para os dias da criação, falemos
de mais ou menos um milhão ou um bilhão de anos da forma que conhecemos o tempo
e a temporária existência a nós conhecida. No universo físico a qual
conhecemos, existem bilhões ou trilhões de estrelas, que continua sua expansão,
em velocidades inimagináveis, para qualquer lugar que se aponte o telescópio,
ou qualquer outro meio de observação. E ao contrário do que é Deus, o universo
tem um inicio, e se ele continua a se expandir, quer dizer que continua a levar
o abismo para mais longe, isso não quer dizer que o abismo irá deixar de
existir, e sim, que estará para todo sempre cada vez mais distante da Luz.
Então
disse Deus. Que haja no meio da água uma divisão para separá-la em duas partes!(Genesis 1:6) E assim
aconteceu. Deus fez uma divisão que separou a água em duas partes: uma parte
ficou do lado de baixo da divisão, e outra parte ficou do lado de cima da
divisão. (Genesis 1:7) Nessa divisão Deus pôs o nome de “céu”. (Genesis 1:8)
A noite passou e veio a manhã. Esse foi o segundo dia. (Genesis
1:8)
6 No segundo dia, Deus criou o céu inferior, e
chamou o de firmamento. Isso revela que este não tem a mesma natureza do céu
superior, e que a sua aparência difere da do céu acima dele, isto é, do céu
superior, de fogo. Aquele segundo céu é feito de luz, e este que se encontra
abaixo dele é composto de substância concreta; chama-se firmamento porque
possui uma natureza espessa, aquosa.
7 E Deus, no segundo dia separou as águas das
águas isto é, as águas superiores das águas inferiores. E no segundo dia, elas
levantaram-se para o alto do céu como uma densa massa de névoa; subiu e
localizou-se acima do firmamento, no espaço. Mas não se movia nem se derramava
para lado algum. (Livro Caverna dos Tesouros
1:6-7)
¶ E
disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção
seca; e assim foi.
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom. (Gênesis 1:9-10)
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom. (Gênesis 1:9-10)
Neste dia Deus dá forma a terra, pois
antes ela era disforme e vazia e aguardava nas sombras do abismo, (E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas
sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.)(Gênesis 1:2)
A História do Universo
Capitulo II
O tão acalentado sonho
do Criador se concretizara. Agora, como Pai carinhoso, conduzia as criaturas
através de uma eternidade de harmonia e paz. Em virtude do cumprimento das leis
divinas, o Universo expandia-se em felicidade e glória. Havia um forte elo de
amor, que a todos unia fortemente. Os seres racionais, dotados da capacidade de
um desenvolvimento infinito, encontravam indizível prazer em aprender os
inesgotáveis tesouros da Sabedoria divina, transmitindo-os aos semelhantes.
Eram como canais por meio dos quais a Fonte da Eterna Vida nutria a todos de
amor e luz. Em Jerusalém, os ministros do reino reuniam-se ante o soberano Rei,
sempre prontos a cumprir os Seus propósitos. Era através de Lúcifer que o
Eterno tornava manifesto os Seus desígnios. Depois de receber uma nova
revelação, ele prontamente a transmitia às hostes angelicais. Estas, por sua
vez, a compartilhavam com a criação. Em célere vôo os anjos rumavam para os
planetas capitais, onde, em grandes assembléias, reuniam-se os representantes
dos demais mundos. Em muitas dessas assembléias, Lúcifer fazia-se presente,
enchendo os participantes de alegria e admiração. Perfeito em todas as
virtudes, ele os cativava com sua simpatia. Nenhum outro anjo conseguia revelar
como ele os mistérios do amor do Eterno. O Universo, alimentando-se da Fonte da
Vida, expandia-se numa eternidade de perfeita paz. A obediência às leis divinas
era o fundamento de todo progresso e felicidade. Ainda que conscientes do
livre-arbítrio, jamais subira ao coração de qualquer criatura o desejo de se
afastar do Criador. Assim foi por muito tempo, até que tal problema irrompeu na
vida daquele que era o mais íntimo do Eterno. Lúcifer, que dedicara sua vida ao
conhecimento dos mistérios da luz, sentiu-se aos poucos atraído pelas trevas. O
Rei do Universo, aos olhos de quem nada pode ser encoberto, acompanhou com
tristeza os seus passos no caminho descendente que leva à morte. A princípio,
uma pequena curiosidade levou Lúcifer a se aproximar daquele abismo profundo.
Contemplando-o, ele começou a indagar o porquê de não poder compreender o seu
enigma. Retornando a seu lugar de honra, junto ao trono, prostrou-se ante o
divino Rei, suplicando-Lhe: - Pai, dá-me a conhecer os segredos das trevas,
assim como me revelas a luz. Ante o pedido do formoso anjo, o Eterno, com voz
expressiva de tristeza, disse-lhe: - Meu filho, você foi criado para a luz, que
é vida. Convencendo-se de que o Criador não lhe revelaria os tesouros das
trevas, Lúcifer decidiu compreender por si mesmo o enigma. Julgava-se
capacitado para tanto. Com esta triste decisão, o príncipe dos anjos permitiu
que surgisse em seu coração uma mancha de pecado que poderia trazer uma
catástrofe para o Universo. Só YHWH (YAOHUH) sabia o que se passava no coração
de Lúcifer. O anjo, que fora criado para ser o portador da luz, estava
divorciando-se em pensamentos do bondoso Criador que, num esforço de impedir o
desastre, rogava-lhe permanecer a Seu lado. Uma tremenda luta passou a
travar-se em seu íntimo. O desejo de conhecer o sentido das trevas era imenso,
contudo, os rogos daquele amoroso Pai, a quem não queria também perder, o
torturavam. Vendo o sofrimento que sua atitude causava ao Criador, às vezes
demonstrava arrependimento, mas voltava a cair. Antes de criar o Universo, YHWH
(YAOHUH) já previra a possibilidade de uma rebelião. O risco de conceder
liberdade às criaturas era imenso, mas, sem este dom, a vida não teria sentido.
O Eterno não queria reinar sobre robôs, programados para fazerem somente a Sua
vontade. Ele queria que a obediência fosse fruto de reconhecimento e amor, por
isso decidiu correr o grande risco. Ainda que prosseguisse na busca do sentido
das trevas, Lúcifer não pretendia abandonar a luz. Esforçava-se para chegar a
uma combinação entre essas partes que, no reino do Eterno, coexistiam
separadas. Finalmente, com um sentimento de exaltação, concebeu uma teoria
enganosa, que pretendia apresentar ao Universo como um novo sistema de governo,
superior ao governar do Eterno. Denominou sua teoria de "a ciência do bem
e do mal". Estruturada na lógica, a ciência do bem e do mal se revelou
atraente aos olhos de Lúcifer, parecendo descerrar um sentido de vida superior
àquele oferecido pelo Criador, cujo reino possibilitava unicamente o
conhecimento experimental do bem. No novo sistema, haveria equilíbrio entre o
bem e o mal, entre o amor e o egoísmo, entre a luz e as trevas. Ao longo do tempo
em que amadurecera em sua mente a ciência do bem e do mal, Lúcifer soube
guardar segredo diante do Universo. Continuava em seu posto de honra, cumprindo
a função de Portador da Luz. Contudo, por mais que procurasse fingir, seu
semblante já não revelava alegria em servir ao Eterno. O divino Rei, que sofria
em silêncio, procurava, por meio de Suas revelações de amor, preparar as
criaturas racionais para a grande prova que se aproximava. Sabia que muitos
dariam ouvido à tentação, voltando-Lhe as costas. À noite da provação faria
sobressair, contudo, os verdadeiros fiéis - aqueles que serviam ao Criador não
por interesse, mas por amor. Ao ver que a hora da prova chegara, e que Lúcifer
estava pronto para traí-Lo diante do Universo, o Eterno, que jamais cessara de
revelar os tesouros de Sua sabedoria, tornou-se silencioso e contemplativo. O
silêncio fez reviver no coração das hostes a lembrança daquela primeira
excursão sideral, quando, depois de lhes mostrar as riquezas do reino da luz, YHWH
(YAOHUH) tornou-se silencioso ante aquele abismo. Lembram-se de Suas palavras:
"Todos os tesouros da luz estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os
segredos ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a
luz estareis ligados à Fonte da Vida". Lúcifer, que passara a cobiçar o
trono de YHWH (YAOHUH), indagou-Lhe o motivo de Seu silêncio. O Criador,
contemplando-o com infinita tristeza, disse-lhe: "É chegada à hora das
trevas. Você é livre para realizar seus propósitos". Vendo que o momento
propício para a propagação de sua teoria havia chegado, Lúcifer convocou os
anjos para uma reunião especial. As hostes, desejosas de conhecer o significado
do silêncio do Pai, tomaram seus lugares junto ao magnífico anjo, que sempre
lhes revelara os tesouros do reino da luz. Lúcifer começou seu discurso
exaltando, como de costume, o governo do Eterno. Num amplo retrospecto,
lembrou-lhes as grandiosas revelações que os enriquecera em toda aquela
eternidade. O silêncio divino, apresentou-o como sendo a indicação de que o Universo
alcançara a plenitude do conhecimento oriundo da luz. Silenciando, o Eterno
abria-lhes caminho para o entendimento de mistérios ainda não sondados,
mantidos até então além dos limites de Seu governo. Surpresas, as hostes
tomaram conhecimento da experiência de Lúcifer sobre as trevas. Com eloqüência,
ele falou-lhes da ciência do bem e do mal, indicando-a como o caminho das
maiores realizações. O efeito de suas palavras logo se fez sentir em todo o
Universo. A questão era decisiva e explosiva, gerando pela primeira vez
discórdia. Os seres racionais, em sua prova, tinham de optar por permanecer
somente com o conhecimento da luz, o qual Lúcifer afirmava haver chegado ao seu
limite, ou se aventurar no conhecimento da ciência do bem e do mal. No começo,
os anjos debateram-se diante da questão, sendo logo depois todo o Universo
posto à prova. Dir-se-ia que a ciência do bem e do mal haveria de arrebanhar a
maior parte das criaturas, mas, aos poucos, muitos que a princípio se
empolgaram com a teoria, despertaram para a ilusão da mesma, reafirmando sua
fidelidade ao reino da luz. Ao fim desse conflito, que se arrastou por longo
tempo, revelou-se um terço das estrelas do céu ao lado de Lúcifer, e as
restantes, ainda que abaladas pela prova ao lado do Eterno. A ciência do bem e
do mal fora apregoada por Lúcifer como um novo sistema de governo. Mas como
exercê-lo, se o Eterno continuava reinando em Sião? Precisavam encontrar um
meio de afastá-Lo dali. O conselho, formado pelos anjos rebeldes, passou a
tratar disso. Decidiram, finalmente, solicitar-Lhe o trono por um tempo
determinado, no qual poderiam demonstrar a excelência do novo sistema de
governo. Caso fosse aprovado pelo Universo, o novo sistema se estabeleceria
para sempre; caso contrário, o domínio retornaria ao Criador. Foi assim que
Lúcifer, acompanhado por suas hostes, aproximou-se arrogante d'Aquele Pai
sofredor, fazendo-Lhe tal pedido. O Eterno não era ambicioso, apenas queria bem
às Suas criaturas. Se a ciência do bem e do mal consistisse realmente num bem
maior, não Se oporia à sua implantação, cedendo o trono a seus defensores. Mas
Ele sabia que aquele caminho conduziria à infelicidade e à morte. Movido por
Seu amor protetor, o Criador desatendeu o pedido das hostes rebeldes, que se
afastaram enfurecidas. A lhes ser negado o trono, Lúcifer e suas hostes
passaram a acusar o divino Rei, proclamando ser o seu governo de tirania.
Afirmavam ser sua permanência no trono a mais patente demonstração de Sua
arbitrariedade. Não lhes concedera liberdade de escolha? For que neutralizá-la
agora, impedindo-os de pôr em prática um sistema de governo superior? As
acusações das hostes rebeldes repercutiram por todo o Universo, fazendo parecer
que o governo do Eterno era injusto. Isto trouxe profunda angústia àqueles que permaneciam
fiéis ao reino da luz. Não sabendo como refutar tais acusações, essas
criaturas, emudecidas pela dor moral, ansiavam pelo momento em que novas
revelações procedentes do Criador pudessem aclarar-lhes os mistérios desse
grande conflito. As acusações e blasfêmias das hostes rebeldes alcançavam o
ponto culminante quando o Eterno, num gesto surpreendente, ergueu-se de Seu
trono, como que pronto a deixá-lo. Os infiéis, na expectativa de uma conquista,
aquietaram-se, enquanto um sentimento de temor penetrava no coração dos súditos
da luz. Entregaria Ele o domínio de toda a criação, para livrar-Se das vis
acusações? De acordo com a lógica a partir da qual Lúcifer fundamentava seus
ensinamentos, não restava alternativa ao Criador. Nesta tremenda expectativa, o
Universo acompanhava os passos de YHWH (YAOHUH). Num gesto de humildade, o
Criador despojou-Se de Sua coroa e de Seu manto real, depondo-os sobre o alvo
trono. Em Seu semblante não havia expressão de ressentimento ou ira, mas de
infinito amor e tristeza. Com solenidade, o Eterno proclamou que o momento
decisivo chegara, quando cada criatura deveria selar sua decisão ao lado da luz
ou das trevas. Numa ampla revelação, alertou para as conseqüências de um
rompimento com a Fonte da Vida. Com olhar de ternura o Criador contemplou seus
filhos. Era um olhar de humildade, que cheio de amor, suplicava para que
permanecessem ao Seu lado. Incontáveis criaturas, emocionadas, corresponderam
ao Seu olhar de bondade, enquanto uma multidão se manteve cabisbaixa. Lúcifer e
seus seguidores estavam conscientes da seriedade daquele momento. Ainda era
possível voltar atrás em seus planos, entregando-se arrependidos ao divino Pai
que sempre os amara. Enquanto cabisbaixos consideravam sobre a decisão final,
Lúcifer e seus adeptos ouviam o cântico daqueles que, em reconhecimento e
gratidão, colocavam-se ao lado do Eterno. A última luta travava-se no coração
dos infiéis que, estremecidos, chegaram a pensar em recuar. Finalmente, a
lembrança do recente gesto divino, despojando-Se da coroa, deu-lhes a certeza
de que o governo lhes seria entregue. Vendo que o Trono permanecia vazio,
Lúcifer e suas hostes, dominados pela cobiça, romperam definitivamente com o
Criador Ao ver um terço dos súditos transpor as divisas da eterna separação, YHWH
(YAOHUH) deixou extravasar a dor angustiante que por tanto tempo martirizava
Seu coração, curvando-Se em inconsolável pranto. Contemplando Seus filhos
rebeldes, ergueu a voz numa lamentação dolorosa: "Meus filhos, meus
filhos! Já não posso chamá-los assim! Queria tanto tê-los nos braços meus!
Lembro-Me quando os formei com carinho! Vocês surgiram felizes e perfeitos, em
acordes de esperança em eterna harmonia! Vivi para vocês, cobrindo-os de glória
e poder! Vocês foram a minha alegria! Por que seus corações mudaram tanto? O
que mais poderia eu ter feito para fazê-los permanecer comigo? Hoje minh'alma
sangra em dor pela separação eterna! Como olharei para os lugares vazios onde
tantas vezes rejubilantes ergueram as vozes em hosanas festivas, sem me vir à
mente um misto da felicidade e dor?! Saudade infinita já invade o meu ser, e
sei que será eterna! Hoje o meu coração rompeu e quebrou-se; as cicatrizes
carregarei para sempre! Depois de proclamar em pranto tão dolorosa lamentação,
o Eterno, dirigindo-Se a Lúcifer, o causador de todo o mal, disse: "Você
recebeu um nome de honra ao ser criado. Agora não mais o chamarão Lúcifer, mas
Satã, o inimigo do Criador e de Suas leis." Depois de lamentar a perdição
das hostes rebeldes, o Eterno, em lentos passos, ausentou-se do jardim do Éden,
lugar do trono Universal.. Onde seria agora a Sua morada? As hostes fiéis
acompanharam reverentes os Seus misteriosos passos de abandono, que pareciam
descerrar um futuro difícil, de sofrimentos e humilhações. Ocupariam os rebeldes
o divino trono, profanando-o como domínio do pecado? Esta indagação torturava o
coração dos súditos do Eterno. Deixando Sua amada Cidade, o Senhor da luz
conduziu-Se, em meio às glórias do Universo, em direção do abismo imenso, a
respeito do qual silenciara até então. Ali deteve-Se mais uma vez, emudecido,
enquanto parecia ler nas trevas um futuro de grandes lutas. Ante o sofrimento
do Eterno, expresso na tristeza de Seu semblante, os fiéis puderam finalmente
compreender o significado daquele misterioso abismo: consistia numa
representação simbólica do reino da rebeldia. Na face entristecida de YHWH
(YAOHUH) manifestou-se, por fim, um brilho que aos fiéis animou. Erguendo os
poderosos braços ante as trevas, ordenou em alta voz: "Haja luz."
Imediatamente, a luz de Sua presença inundou o profundo abismo e, triunfando
sobre as trevas, revelou um mundo inacabado, coberto por cristalinas águas. Com
esse gesto, iniciava o Eterno uma grande batalha pela reivindicação de Seu
governo de luz; batalha do amor contra o egoísmo; da justiça contra a
injustiça; da humildade contra o orgulho; da liberdade contra a escravidão; da
vida contra a morte. Batalha que, sem trégua, se estenderia até que, no
alvorecer almejado, pudesse o divino Rei retornar vitorioso ao santo monte
Sião, onde, entronizado em meio aos louvores dos remidos, reinaria para sempre
em perfeita paz. As trevas, em sua fuga, apontavam para o aniquilamento final
da rebeldia. As águas abundantes que cobriam aquele mundo, até então oculto,
simbolizavam a vida eterna que para os fiéis seria conquistada pelo amor que
tudo sacrifica. O mundo revelado era a Terra. Visitada pelas trevas e pela luz,
ela seria o palco da grande luta. Rejubilavam-se os fiéis ante o triunfo da luz
naquele primeiro dia, quando as trevas em sua fúria rolaram sobre o planeta,
sucumbindo-o em densa escuridão. A luz, que parecia vencida, renasceu vitoriosa
num lindo alvorecer. Ao raiar a luz do segundo dia, o Eterno ordenou:
"Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre água e águas."
Imediatamente, o calor de Sua luz fez com que imensa quantidade de vapor se
elevasse das águas, envolvendo o planeta num manto de transparência anil.
Surgiu assim a atmosfera, com sua mistura perfeita de gases que seriam
essenciais à vida que em breve coroaria o planeta. O Criador, contemplando a
expansão, denominou-a "céus". A atmosfera, que cheia de brilho
envolvia a Terra, sombreou-se ao sobrevir o crepúsculo de um outro entardecer.
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